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TRÊS VEZES PINTURA 

 

Esta mostra centra seu discurso estético na imagem como um desejo constitutivo de resistência. Nela comparecem três mulheres de gerações distintas militando no sistema de arte através da pintura: Patrícia Chaves vale-se de uma paleta sóbria e econômica para falar de tempo, espaço e memória. Sua pintura não admite distrações. Fundo e figura recebem valoração simples, franca, planar.  Há um silêncio ostensivo nesse recuo ao passado que aumenta em nós o interesse por essas figuras redimidas pela inocência da infância. A pintura de Rita Manhães revela um atravessamento entre abstração e figura. É exatamente nesse campo de contraposição de forças que se dá a elaboração da própria corporeidade de suas construções. Rita aposta na cor para desconstruir seu vocabulário pictórico, tecido sobre acúmulos, deslocamentos e migrações. Nos corpos de Stella Margarita somos privados de qualquer reconhecimento de espaço ou tempo em que possam estar inseridos. Nessa espécie de claustro involuntário, esses seres parecem despossuídos de destino, como náufragos, extraviados e traduzidos em gestos pictóricos. Assim, a noção de universo que nos é dada por essas três produções encontra-se potentemente submetida e mediada por uma janela aberta onde arte e vida encontram-se mutuamente contaminadas.

Vilmar Madruga

Curador

SOBRE AS ARTISTAS

 

Patrícia Chaves nasceuem Niterói e hoje, vive e trabalha no Rio. Formada em Pintura e História da Arte pela UFRJ frequentou também a Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

Em sua pesquisa como artista, seu interesse é voltado para a memória e a infância.

 

Rita Manhães nasceu em Santo Antônio de Pádua, no estado do Rio, mas vive e trabalha 

em Niterói. Formada em Belas Artes pela UFRJ frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, dedicando-se exclusivamente a pintura onde borra os limites entre abstração e figuração. 

 

Stella Margarita é uruguaia da cidade de Treinta y Tres. Hoje, vive e trabalha no Rio de Janeiro, onde também frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Seu trabalho de pintura é voltado para as diferentes dimensões do poder e resistência dos corpos e faz alusão às performances da artista alemã Anne Imhof. 

Inauguração
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