memórias oscilantes 

 

 

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A formação do sujeito é um acumulo de memórias arquivadas, trabalhadas e retrabalhadas, constantemente. Em meu trabalho atual "memórias oscilantes" crio um paralelo entre a realidade e a auto ficção, série de pinturas que surge de uma angústia muito pessoal sobre as lacunas não preenchidas da memória, o esquecimento. Sutilmente adentro uma intimidade que não necessariamente me pertence, me apropriando das vivências de outras pessoas, fundindo registros fotográficos pessoais e de terceiros, representados através da linguagem da pintura, tomando como minhas todas as experiências retratadas na série. 

Não é possível distinguir o que é real e o que é ficção, assim como o embaralhamento de nossa própria mente, nos colocando sempre no limite do real e do ficcional. Os signos e significados transitam em nosso imaginário, assim como as memórias que criamos, recriamos e muitas vezes, inconscientemente, inventamos. 

 

 

MINI BIO
 

Minha produção está fortemente conectada ao cotidiano, construo possíveis narrativas através de registros fotográficos. Enxergo meu trabalho através de manchas de cores, e uso do contraste dessas cores vibrantes e chapadas para para dar fluidez às figurações, criando cenas e micro universos alternativos. 

A forma com que resgatamos determinadas memórias muda de acordo com as mudanças do próprio sujeito, os acontecimentos continuam os mesmos, portanto, o sujeito como agente ativo de sua própria história, seu momento de vida atual e tudo aquilo que o cerca, podem influenciar na forma que essas memórias serão revisitadas e reativadas, atribuindo novos significados para determinadas situações. 

Portanto, uma vez que compreendemos a fluidez das memórias, entendemos que os conceitos de realidade e ficção se chocam. Diferentes pessoas podem vivenciar uma mesma situação e suas recordações serem completamente diferentes, isso se dá pelo contexto em que cada uma está inserida, memórias anteriores influenciam no arquivamento das memórias de vivências recentes.