paralela EIXO 2024
agendaa
MARIAN STAROSTA
Rio de janeiro, Brasil.
participa da exposição presencial e virtual
mini bio
Fotógrafa, artista visual, videomaker, professora e jornalista. Mestre em Comunicação Social, Especialização em Fotografia pelo International Center of Photography - NY - USA. Como professora trabalhou em universidades do sul do Brasil, foi professora e diretora no Ateliê da Imagem, Espaço Cultural no Rio de Janeiro por 13 anos.
Na poética, o interesse é nas pessoas, suas histórias de vida e como elas individualizam seus espaços. Suas séries já participaram de mostras e festivais como o Diário Contemporâneo de Fotografia, FotoRio, FestFoto Porto Alegre entre outras. Tem fotografias na Coleção de Joaquim Paiva, MAM-RJ. É gaúcha e vive no Rio de Janeiro.
sobre
Série "Bathrooms" - NY, 2002-2003
Iniciei este projeto no Brasil em 1998, com a intenção de comparar situações semelhantes em espaços públicos e privados. Além disso, queria explorar a relação entre as pessoas e os objetos. Em Nova York, comecei a observar como as pessoas individualizam seus espaços, o que me levou a fotografar seus banheiros como se fossem retratos delas. À medida que fui fotografando, a série Bathrooms tornou-se ao mesmo tempo uma espécie de retrato assim como algo mais subjetivo, abstrato, em que os espaços privados foram se revelando como uma metáfora do corpo humano. As imagens sugerem diferentes climas, desde a alienação até o humor, em que o familiar se transforma em estranho, em exótico.
Projeto "Viventes - Memórias do Holocausto"
O Projeto Viventes foi iniciado em 2013 com o objetivo de fazer um inventário dos sobreviventes do holocausto que vivem no Brasil. Estas pessoas têm hoje entre 70 e 100 anos e são os únicos e últimos testemunhos do terror vivenciado durante a Segunda Guerra Mundial.
A mostra, que tem curadoria de Eder Chiodetto, é uma instalação construída a partir de histórias orais, de retratos dos sobreviventes e do contexto em que vivem hoje, além de fotografias de objetos e documentos registrados durante as visitas da fotógrafa em residências de 29 viventes que chegaram ao Brasil após terem escapado do holocausto.
"Iniciei este trabalho em 2013 com a intenção de conhecer mais sobre a minha origem, meus antepassados o que, inevitavelmente, me levou a este terrível episódio que marcou para sempre a vida dos judeus - o holocausto.
Foi através de um aluno que conheci o Sr. Aleksander Laks, sobrevivente de Lodz, Polônia, com uma história marcada por um profundo trauma causado pela violência dos campos de concentração. Liguei e conversei com o sr. Laks que foi extremamente gentil e marcou o primeiro encontro para dali a uma semana. Qual foi minha surpresa quando liguei para confirmar e ele estava hospitalizado, vítima de problemas respiratórios - quando nos campos levou uma coronhada entre as sobrancelhas (ele aparece mostrando o trauma numa das fotografias expostas). Fiquei ligando constantemente para sua casa sempre sendo informada sobre seu estado de saúde. Até que num domingo telefono e fico sabendo que o sr. Laks está entrando em casa de volta do hospital e ele diz prontamente que posso ir até lá. Senti uma forte emoção e aí iniciou-se a série VIVENTES, primeiro só com fotografias e, depois com depoimentos, músicas compostas em campos de concentração, poemas, documentos e objetos.
Ouvir as terríveis histórias destes personagens, ser testemunha e poder deixar este inventário de memórias para as futuras gerações é o objetivo de VIVENTES, projeto que registra os sobreviventes que vieram se estabelecer no Brasil após suas libertações dos campos, guetos ou mesmo os que se esconderam nas florestas. O motivo da chegada ao Brasil é sempre a busca por algum parente que residia por aqui. Os judeus ao chegarem aqui, sem família, sem casa, sem identidade, sem nada, conseguiram recomeçar suas vidas. Muitos iniciaram como mascates e, aos poucos, foram restabelecendo suas vidas e sua dignidade, conseguindo formar uma nova família, apesar destas feridas inapagáveis."