paralela EIXO 2023

sobre

Quadratura do Círculo

Esta pesquisa começou com a realização de obras em papel japonês que devido a grande quantidade desses papeis adquiridos na década de 80, me senti motivada finalmente a utilizá-los para entender o uso do vazio e da cor neutra ou branca do papel junto a forma, aplicados sobre a fragilidade aparente do papel japonês.
Na sequência fui voltando para a pintura em suporte de não tecido, afresco sintético e têmpera a ovo, procedimentos que já vinha utilizando anteriormente. Concomitante ao tipo de suporte, houve uma questão motivadora ao me deslumbrar em explorar a quadratura do círculo que consistia em construir com régua e compasso, um quadrado com área igual à de um círculo dado, desde Arquimedes, o que passou a obcecar profissionais e amadores por mais de 25 séculos.
A ideia era desvincular a questão matemática, expressão com significado de tarefa impossível, e usá-la plasticamente com a forma e as cores vermelho, azul ultramar, verde e ouro. O objetivo foi explorar dentro destas formas geométricas, a iluminação, os reflexo do ouro em relação as cores primárias e a percepção do olho humano dentro de um determinado espaço físico.
A ênfase maior foi dada, primeiramente, ao Azul Ultramar e constitui-se em um sistema poético da expressão visual e plástica contemporânea, do vazio e do silêncio que se estabelece entre o espaço do suporte, a cor e as formas refletidas no ouro, e percebidas pelo olho humano.