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TRABALHOS

Série "Vênus no Meu Corpo / Azul Sanguíno"

Em “Azul Sanguíneo” monto um corpo extenso de imagens tocadas pela dor e memória de perdas abortivas. A pesquisa avança de forma livre e silenciosa na medida que vou descobrindo os atravessamentos que o tema desvela no meu-nossos corpos rompidos. Trago a tona sentimentos, desejos, angustias, demônios, sonhos, perturbações, feridas, que através da auto-retratação, da apropriação de imagens e conceitos, percebo-me exorcizando sentimentos e culpas na medida que ressignifico perguntas sobre abandono, ruptura, maternidade, caminho, perdão. O corpo já não é mais só físico e psíquico, é um corpo fluido, muitas vezes etéreo, o corpo-casa-lugar, em tempo, também um corpo carne...
Parte deste caminho, um fragmento deste trabalho longevo, explora alguns “modelos” de mulher que ditam papéis femininos ao longo dos tempos, papeis estes muitas vezes sob o julgo do olhar de um outro ou de um auto-olhar, imposto por séculos na história da mulher... A Obra “Vênus No Meu Corpo” é composta por três imagens onde me transfiguro em alguns destes arquétipos. A possível mulher pura, a desejada perfeita, a fértil maternal. Na poética desta micro serie utilizo, além de referências de Venus famosas, também uma linguagem renascentista, onde a mulher nua e seu corpo são explorados e objetificados, servindo a padrões. Não cabe aqui prejulgamentos sobre estes papeis, mas um olhar reflexivo de como construímos modos comportamentais que podem nos dar, ora satisfação, ora aprisionamento, ora apagamento.

EVA pura - 2022

fotografia, edição 05 + 02 PA, pigmento mineral em canvas 100% algodão, 50x100 cm.

AFRODITE viva - 2022

fotografia, edição 05 + 02 PA, pigmento mineral em canvas 100% algodão, 50x100 cm.

WILLENDORF fertil - 2022
fotografia, edição 05 + 02 PA, pigmento mineral em canvas 100% algodão.

MINI BIO

No meu quebra-cabeça sou a peça que falta. Sou artista visual e fotógrafa, meu trabalho transita por dois temas principais: o primeiro são “sobras e cacos” incluindo toda sorte de fragmentos, restos, matéria perdida e desimportante, sejam físicas ou temporais; o segundo são as “rupturas e fraturas” em especial aquelas que provocam mudanças profundas. Meus processos nascem a partir da fotografia e minha poética surge do empilhamento de camadas, gestos, intervenções, costuras e conceitos. Seja cobrindo, seja apagando, o que vem ao final são cicatrizes e memórias pessoais antes veladas. O Autorretrato e o corpo tem sido a plataforma físico psíquica para a construção da maioria de minhas obras assim como meu interesse pela linha e o desenho livre e primitivo que estão cada vez mais presentes e necessários em minhas pesquisas.

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