
TRABALHOS
Série “Muitas”
O sofrimento feminino, muitas vezes de uma vida de sobrecarga e centrada no cuidado com o outro - ganha uma outra dimensão quando percebida enquanto fenômeno social. A luta se apresenta como caminho de alento e salvação. Esta pesquisa parte da apropriação de imagens de fotojornalismo de manifestações feministas que posteriormente passam por degradação utilizando aguadas de nanquim e posteriormente (re)fotografadas em detalhe. O desgaste é material e também humano. Mulheres com camadas de dores individuais ganham potência nos atos políticos. A fotografia final busca equilibrar individualidades com as pautas e potências do coletivo.
Rosa, vermelho, roxo - 2022
Subsérie “Sozinha na multidão”
(re)fotografia a partir de apropriação de conteúdo foto jornalístico e manipulação manual da imagem
86x60 cm
Grito - 2022
Subsérie “Cartazes”
(re)fotografia a partir de apropriação de conteúdo foto jornalístico e manipulação manual da imagem
40x60 cm
Gravidez de alto risco - 2022
Subsérie “Cartazes”
(re)fotografia a partir de apropriação de conteúdo foto jornalístico e manipulação manual da imagem
40x120 cm
Só a luta salva -2022
Subsérie “Cartazes”
(re)fotografia a partir de apropriação de conteúdo foto jornalístico e manipulação manual da imagem
120x60 cm
Série “Quando viver precisa ser reivindicado”
Como viver o tempo atual sem adoecer, nem alienar? Direitos são retirados e minorias perdem conquistas históricas. Diversos grupos socias, mesmo em uma pandemia global, precisam ir às ruas reivindicar a vida. Negros, indígenas, mulheres, LGBTQI+, sem terra, sem moradia, estudantes, famintos. Pesquisa se debruça em imagens destas manifestações. O processo que se inicia na coleta e apropriação de imagem de fotojornalismo, passa por técnicas manuais e termina na (re)fotografia destas imagens. Cada etapa desgasta um pouco as imagens — assim como cada pessoa ali, cada pessoa que vive o Brasil hoje se deteriora um pouco — e busca, neste processo, extrair delas novas camadas de sentido.
Parece festa, mas é luta - 2021
apropriação, manipulação manual e (re)fotografia
60x80 cm
Pátria roubada - 2022
apropriação, manipulação manual e (re)fotografia
60x40 cm
A bala perdida sempre encontra um corpo negro - 2021
apropriação, manipulação manual e (re)fotografia
120x40 cm
MINI BIO
Jeanne O. Santos vive em Belo Horizonte, é diretora de arte, produtora de conteúdo – especialmente, político-social – e há cerca de 5 anos retomou a pesquisa como artista visual. Especializada em Processos Criativos em Palavra e Imagem (PUC Minas) e em Direção de Arte para Propaganda, TV e Vídeo(Estácio de Sá). Formada em Comunicação Social (UniBH) e Belas Artes (UFMG). Reflete sobre gênero, memória e solidão nos contextos pessoal e coletivo do país. Multilinguagem, a artista navega, principalmente, entre fotografia, manipulação de imagem (física e digital) e seu encontro com técnicas manuais. A fotografia, seu principal meio, tem, para a artista, a dimensão da memória que luta para não ser esquecida. Ao (re)fotografar uma imagem em desaparecimento, agora cheia de rasuras e ruídos, reafirma a presença, a existência, ainda que esmaecida.