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PROCESSOS ARTíSTICOS: MERGULHO COLETIVO DE DOZE ARTISTAS NA GALERIA RESERVA CULTURAL
 

Em alguma parte alguma é o título da mostra que a partir do dia 20 de novembro, sábado às 19 horas, ocupará a Galeria Reserva Cultural em Niterói. Os trabalhos expostos resultam do acompanhamento crítico de doze artistas em torno de seus processos artísticos durante alguns meses. Realizado pela EIXO Arte Contemporânea, o projeto tem orientação de Bianca Madruga e Vilmar Madruga que perceberam uma certa contaminação entre os diversos trabalhos, apontando para uma ideia de paisagem do corpo e do corpo como paisagem. Para eles, as obras parecem evocar uma contra-experiência, ensaiar uma desnaturalização daquilo que está diante de nós. A mostra trará pinturas, vídeos, fotografias e objetos escultóricos. Em alguma parte alguma título tomado do livro de Ferreira Gullar, reúne os artistas Elisa Latgé, Fábio Passos, Giselle Parno, Gloria Conforto, Izabela Leal, Lina Ponzi, Lúcia Costa, Luiz Todeschi, Miguel Barros, Rose Aguiar, Sonia Guaraldi e Telma Gadelha. A exposição guardará as normas de distanciamento, uso de máscaras e número limitado de pessoas no espaço expositivo.
 

GALERIA RESERVA CULTURAL
Rua Visconde do Rio Branco, 880 - Niterói, RJ
Abertura: 20 de novembro às 19 horas
Encerramento: 09 de janeiro de 2022



TEXTO CURATORIAL
 

Em alguma parte alguma

Os trabalhos aqui expostos resultam do acompanhamento crítico de doze artistas, em um mergulho coletivo na reflexão em torno de seus processos durante alguns meses. Neste percurso observamos uma determinada contaminação entre os diversos trabalhos, apontando para uma ideia de paisagem do corpo e do corpo como paisagem. Como se nesse processo de contaminação um doasse sentido ao outro. Enquanto alguns artistas tornam visível o lugar de horizonte, outros convocam o corpo para uma espécie de arquitetura fissurada. Algumas destas proposições falam do corpo social e seus apagamentos como na ideia de antimonumento que atravessa algumas obras. O que se segue é o desejo de continuar a ler esses trabalhos, naquilo que podemos ver e também na parte que falta. A parte que constitui aquilo que não pode ser dito e ao mesmo tempo opera como coluna vertebral e estrutura. Os trabalhos parecem evocar uma contra-experiência, ensaiar uma desnaturalização daquilo que está diante de nós. Abrir espaços para outros modos de presença - fraturada, rasurada, esburacada - é aqui afirmar a parte alguma. E como nos conta Ferreira Gullar no livro que dá título à exposição:
 

por mais que diga
e porque disse
sempre restará no dito o mudo

o por dizer
já que não é da linguagem
dizer tudo
por mais que diga
e porque disse
sempre restará
no dito o mudo
o por dizer
já que não é da linguagem
dizer tudo

 

Bianca Madruga
Vilmar Madruga

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